Estupro não vem por meritocracia.
A impressão que se tem é que assuntos que demandam muito de nós, se esvaem na mesma proporção da intensidade do calor que gera.
Afinal, não suportamos ficar perto do fogo muito tempo, não é?
Que venha o sereno então, que venha a serenidade então.
Mas jamais o esquecimento!
Sabe quando, de brincadeira, alguém segura o nosso braço e perdemos a força?
Dá aflição, né? E isso é momentâneo, e é voluntário.
Ser imobilizado é como receber cócegas, pode ir da brincadeira à tortura.
Ser forçada(o) a algo, é disso que estamos falando. Não sobre o modo se vestir, sobre o modo de agir; mas sobre escolher PARAR. É sobre ter domínio e vontade.
É sobre sentir-se segura, estabelecer limites, é estar livre de semânticas.
"Não" é NÃO!
527 mil pessoas são estupradas por ano no Brasil (dados Ipea), se fossem 27 mil, 7 mil, 7, ou 1 pessoa, teríamos igualmente de tratar disso.
A pesquisa do Ipea trouxe números exorbitantes e amostragem de compreensão sobre “gostar de apanhar” , de “merecer ser estuprada”.
A mulher, a criança, o homem, é sobre violência que temos de tratar aqui. Sobre a força bruta, machista.
Foram gerações até o voto feminino. Será que serão necessárias gerações para, culturalmente compreendermos o veto ao sexo forçado?
Espero que não! NÃO!
Ninguém merece ser estuprado!
Ninguém merece ser estuprado!
Andréa Albuquerque, abril 2014
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