Um pouco de prosa na praia, um pouco de poesia na cidade, colar de conchas, contos, sabor de brigadeiro, café passado, aconchego. Conversa de varanda, bate papo de bar. Vem conversar!
quinta-feira, 10 de abril de 2014
A solidão nos mantêm humildes
Nascemos sozinhos e assim morreremos, isso não é segredo, mas muitas vezes, essa verdade ontológica permanece inconfessa.
Estamos sempre entre as pessoas, e assim vivemos, com um tiquinho de ilusão e uma pitada de prepotência.
A tecnologia ajuda prá caramba a ofuscar a realidade do abandono, as redes sociais - e eu gosto delas, é apenas uma crítica - escondem escancaradamente a dor da solitude indesejada.
Recentemente, uma delícia, tirei férias, viajei sozinha, e ali estava eu, comigo, completa, preenchida de lugares e pessoas ao redor, poderia não ter ninguém - e muitos dos lugares eram deserto mesmo - mas eu tinha a mim, e bastava.
Ocorre que essa plenitude é transitória e é importante lembrarmos disso, para aproveitá-la completamente, curtir totalmente, e abandoná-la quando ela precisar ir.
Acho que essa felicidade particular, individual, o que chamo aqui de "completude de um", vem mesmo quando nos desapegamos. Ou não, talvez uma coisa leve à outra.
Outro dia eu estava assim, muito diferente da completude de um, eu estava inteira como um deserto no maior dos congestionamentos, sozinha, e eu tinha (só) a mim, e isso - desta vez, não bastou de jeito nenhum.
A alegria incrivelmente subjetiva vem (e vai) sem aviso; porque tantas outras vezes, quando você deseja profundamente "estar com", - e NÃO está -, a solidão te arranca do conforto, te sacode, e nem sequer te abraça depois, te deixa ali, sozinha na multidão.
Andréa Albuquerque, abril 2014.
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