quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Inclusive porque é o máximo!


É a festa que sua amiga possivelmente encontrará o cara que ela quer muito. Ela te convence com: “É open bar e eu te pago o taxi”.
Como é gostoso sair assim, meio que para acompanhar, porque todas as coisas que rolam são sem muita pretensão.

O lugar é lindo, sua amiga encontra o cara; e você uma caipirinha de lichia com gengibre. Apóia o guardanapo sob o copo, o canudo nos lábios e o corpo numa pilastra rústica, enfeitada com palha e margaridas de fuxico. O som está ótimo e você admira aquele mundaréu de frutas já pensando na combinação do próximo copo com vodka.
Estranho, por que o cara do bar está debruçado no balcão? Você afasta o corpo e vê a cadeira de rodas, ouve uma gargalhada, os dois amigos se cumprimentando e recebe um olhar e um sorriso incríveis. Caramba, o cara mal se mexe, é tudo que você consegue perceber até ele te olhar de novo.
Ele vira o rosto, move a cadeira um pouco para trás e tira a franja de perto do olho. O último gole você deve ter dado meio rápido, porque não consegue definir, se o que te faz ficar olhando é o fato do cara ser cadeirante ou porque ele tem uma coisa...Coisa? Um treco no olhar, desses de fazer a gente sentir uma cólica boa. Ãh?
É, não é bem um frio na barriga, mais parece um alien baby, que faria a Sigourney Weaver querer te abater na hora. 
O cara te olha de um jeito que caso você cruze o olhar com ele não conseguirá sustentá-lo por muito tempo, porque ele te ganhou, querida, mesmo. 

Aí você já está meio pirada, acostumada com as pegadas-polvo, braços rápidos, pernas ágeis, fortes, mas o olhar matador faz com que você pense em como deve ser, como vai rolar, porque o cara já te ganhou, repito!

Palpitações que dispensam estetoscópio. Quer fazer um teste? Numa dessas olhadas encoste sutilmente o indicador e o dedo médio entre os ossos da base do pescoço, e ficará assustava, a pulsação está a mil, disparada mesmo.
A troca de olhares continua, você está a fim, mas algo te lembra que você nunca teve nada com um cara que usava cadeira de rodas.
Ele te chama com um “vem cá” que faz você deletar qualquer intuição babaca de não ir.
Primeira dica: não fique de pé ao lado dele, é um porre para quem está na cadeira tentar ficar olhando alguém em pé. Procure sentar-se para que fiquem na mesma altura. Vale agachar, viu. Vale um charme de quase perder o equilíbrio e encostar delicadamente no braço dele com um “ai, desculpa”.

Pela novidade, pela experiência, pela vontade, será um ou serão vários os motivos que levarão vocês dois para a cama.
Foi a curiosidade? Aquela que mata? De prazer!
Sabe-se lá o que levou o cara a querer você e a você se deixar invadir por ele.
Felizarda! Agora você também sabe que preconceito impede a vida da gente, e que muitas vezes você precisa destravar a alavanca, ir para a frente, se libertar.

Um comentário:

  1. Lindona!!!

    Amo seus textos!!!

    Parabens!!!

    Tem mais???

    Quando???

    rsrsrs

    Beijos e fiquem com Deus

    Barbrinha

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