Vou estudar psicologia infantil! Eu lembro de ter dito isso há uns....28 anos (ai, quanto tempo!), ou seja, eu tinha uns 10 anos (ai, quanto tempo mesmo!)...pois é, mas a vida te leva, você leva um pouquinho e por uma série de motivos fui estudar, naquela época, jornalismo e não psicologia.
Sabe, sempre achei super fofas as roupinhas de bebê, o cheirinho, o quartinho, tuuudo que envolve bebês; e como sou de família grande sempre tinha um bebê em casa, na verdade sempre têm crianças por perto, então é uma curtição.
Sou a 6ª filha, caçula, temporã, então não cresci com os meus irmãos crianças, mas pude curtir muito seus filhos. Cá prá nó, ser tia é tudo de bom!
E sou privilegiada porque bota irmãos para gostar de filhos, hein! De dois a quatro filhos, noves fora e eu sou tia de 14 pimpolhos!! Idades variadas, temperamentos idem, mas todos têm espaço no meu coração e nas minhas preocupações também.
Mas bebês são minha paixão, o que são aquelas coxas aos oito, dez meses? Mordida na certa!
Acho que eu seria uma mãezona! Mas, e este é o tema do texto, nunca tive vontade de ser mãe! Pois é, nunca tive vontade de ter um filho. Ocorre é que ao dizer isso parece, para muitas pessoas, que é uma espécie de renúncia à plenitude da natureza da mulher. Quiçá à felicidade!
E não é fácil provar (e precisa?) que habito o mesmo planeta. Depois que se casa então, nossa, quanta pressão! Por sorte meu marido já tem três filhos (e um neto maravilhoso!!), o que virou uma espécie de justificativa. Mas aí vem a pergunta matadora "Mas você não quer ter os seus próprios filhos?" Nãaaao! Não quero, muito obrigada!
E eu mesmo acabo me justificando, tipo: “Olha, mas eu adoro criança, viu?” Quando percebo que a pessoa me olha tentando dizer como posso ser tão "insensível".
Como se eu pertencesse a um mundo à parte, não natural.
Então para aqueles que acham super estranho este não-desejo materno, algumas explicações: adoro criança, gosto muito de educação, acho que tenho muito jeito para lidar com crianças, não tenho medo de não ter quem cuide de mim, não teria problemas se decidisse ter um filho, não sou workaholic, e sobretudo não sou menos por isso, menos mulher, menos humana.
Pois é, e como dissemos lá no começo, a vida te leva, você leva um pouquinho e por uma série de motivos voltei a estudar, agora sim, psicologia. Depois dos 35 anos a faculdade parece que não vai acabar nunca mais, mas entrei para 4º ano e quem sabe não atenderei crianças?
Pode uma não-mãe, tendo “só” a teoria, sendo “apenas” tia, se dar ao luxo de ser uma especialista? Resta saber se tanto estudo se sobressairá ao preconceito de tantos. Quem sabe isso fica para um próximo bate-papo!!
08/dez/2011
08/dez/2011
Escrito para - e também disponível no - portal: Uma Mãe das Arábias
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