domingo, 27 de setembro de 2015

Eu sou família do jeito que eu quiser!

Eu tenho uma sobrinha que se chama Daniela, ela é também minha afilhada de casamento, Edu e eu fomos os padrinhos, Edu é meu ex-marido, e uma das pessoas mais importantes da minha vida, de quem eu nunca fui casada no papel, mas com quem eu construí uma família por maravilhosos 15 anos! Dani teve um lindo casamento, uma cerimônia evangélica, alegre, com direito a apresentação em power point e música. Eu sou ateia, não acredito em Deus, mas do meu jeito, abençoei aquele casal por quem tenho tanto amor. 

Dani e Junior tiveram uma filha, pouco depois de Edu ter tido um neto, filho de seu filho do seu primeiro casamento, com Dalila, então Pedro Henrique é neto de Edu e Dalila, mas eu não me furtei de dar muitos beijos como meia-avó. 
Dalila e eu moramos perto, então pudemos muitas vezes ir juntas a vários lugares. 

Hoje moro com outra pessoa incrível, sim, tenho sorte! O Di e eu somos namorados, amigos, discordamos em várias pontos, discutimos, concordamos, respeitamos um ao outro, e juntos não temos religião, não temos filhos, temos amor, respeito, temos o compromisso de ajudar as pessoas, de reciclar o lixo, de brindarmos a vida. Juntos fomos a festa de casamento de Alex e Carlos, dois amigos queridos que celebraram a união tão esperada. Juntos fomos a festa de aniversário da Helena, filha de Bernard e Milva, casal divertido, Milva, minha melhor amiga. Eu mencionei que conheci a Dani aos 10 anos, minha sobrinha amada, filha da Dilza, com quem meu irmão uniu sua vida e juntos criaram 4 filhos?!

Do que se trata essa singela explanação, senão, de família? Família, meus ignorantes deputados, não é homem, mulher e filhos, pode ser tb, mas não sejam estúpidos reducionistas, família é respeito, amor, doação. Família é afetividade e adoção, é escolha e paixão. Família não é pobremente gênero, meu parlamentar hipócrita. Família é mais genérico, mais amplo. 

Seu ESTATUTO COVARDE não define a minha família. Minha família não diz respeito à sua arrogância. Minha família diz: Respeito, eu sou família de qualquer jeito, e vou ficar assim, do jeito que eu quiser!

Andréa Albuquerque​



terça-feira, 7 de abril de 2015

Por Alckmin e Ferreira..Choram Lus e Terezinhas...

São Paulo e Rio de Janeiro, onde ponte aérea é pleonasmo, eixo de estreias, teatros, palcos de tragédias. Duas cidades belas, confusas, ricas e barulhentas.
Sampa e Rio, iguais pelos estados de mesmo nome de suas filhas metropolitanas, e filhos que não estão mais...

Iguais pelos estados tristes de duas mães, e tantas outras órfãos de seus filhos 
Sampa, Rio, cidades de ambiguidades, porque também são pobres e abrigam o silêncio que vem quando a vida se vai.

Cai um helicóptero, voa uma bala, morrem no mesmo dia Thomaz e Eduardo... dois brasileiros, dois meninos para suas mães, acaso, descuido, um mundo os separa, brasis em fenda tão vertical.
Cai do céu o que seria para voar bem, e o chão some, a dor consome, apaecem a raiva, a injustiça, o lamento.

Sai da arma o que era para cessar o perigo, o mal, e o chão some, a dor consome, aparecem a raiva, a injustiça, o lamento.

Quem a presidente visita? O que é certo? Qual a agenda mais diplomática? 

Thomaz e Eduardo... nascidos diferentes, e quem há de negar que o destino os uniu de algum modo, ceifando suas vidas e possibilidades?
Um garoto do morro, outro do Palácio, um leva a vida de ouro, outro entre o tolo e o dolo. E o mundo leva daqui a vida dos dois.

Que venham muitas análises, inevitáveis e necessárias, pois muito se precisa mudar.

Qual a chance deste menino entrar em um helicóptero, e por que o outro garoto estaria no complexo do Alemão?
De quem eu falo agora? Pois é, tanto faz, Lu e Terezinha choram, e precisam, ambas, de colo, porque nenhum filho deveria deixar de ter um, e nenhuma mãe deixar de ter um filho para oferecer.


segunda-feira, 23 de março de 2015

O próximo trem lotado de vazios... ?

Hoje, bem cedinho, o radio anunciava paralisação em várias linhas de trens e metrô, pelo excesso de pessoas e início de confusão, as escadas-rolante foram desativadas. Excesso de indivíduos, escassez da tão bela oportunidade de ser percebido como outra pessoa, diferente, mas parecida com você, alguém que tb tem hora para chegar, tb acordou cedo... Mas tudo q se deseja é que o outro não seja tão esperto, tão ágil, tão forte; não perceba o espaço mínimo entre a plataforma e a porta, que não desça correndo como vc, não seja forte para empurrar gente ou segurar a porta. É uma mistura selvagem, só há espaço entre arriscar-se e temer, entre pressa e pavor, entre indiferença à fragilidade e ela mesma. Quem é menor, mais fraco, nao embarca, perde o trem, perde o que se tem, falta o ar, o trabalho, tudo falta ali, a dignidade até.




E querendo sacudir o mundo para que todos se olhem, segui o dia, com medo de por alguma bobeira, eu deixasse de ver o mundo de alguém que eu pudesse ajudar. 
A noite, feliz por estar pertinho de casa, paro no mercado e vejo três vagas como a da foto, se a pessoa já foi ao mercado, para quê deixar espaço para O PRÓXIMO ESTACIONAR?? Fotografei uma para ilustrar esse desabafo, ... 
Um carrinho sozinho, um trem lotado, duas possibilidades de sermos solidários, mas tudo que notamos é indiferença e solidão.
Sigamos pensando que tudo vai melhorar...