quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mergulhemos neste 2012


Adoro esta renovação proposta por esta época. 
Datada ou não, comercial ou não, calendário solar, lunar, cristão ou não, whatever. 
O que importa é que está aí, master incorporada em nós e, convenhamos, super necessária! 


Mergulhemos neste 2012.



Casa cheirosa...

Feliz da vida porque hoje vamos receber amigos em casa. Como falei em um texto aqui, é delicioso estar com pessoas queridas (de verdade). Não as pessoas queridas de verdade, - isso tá no pacote! - mas o estar com de verdade...Enfim, ficar junto, em carne, osso, cheiro, olhos, tudo real com quem se gosta, é muito bom.
Obviamente, se houver um vinho bom, um queijinho e um brigadeiro de sobremesa fica tudo mais legal ainda!


A casa está ficando limpinha e perfumada! E por falar em amizade, obrigada, Mira, você é a competência e dedicação em forma de gente querida!
O brigadeiro já está esfriando, assim como o tempo em São Paulo... tô de meia dia 29 de dezembro!


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

HO HO HO


Natal é que nem gato, ou a gente adora ou muito o contrário! Por mais que tentemos ficar afastados de tudo, somos bombardeados por mensagens de que o Natal está aí, e o Ano Novo na sequência. Não importa em quê você acredita, se decidir brigar, se você for da turma que não gosta desta época, travará uma luta difícil, então o melhor a fazer é pegar sua fatia de panettone e partir para o abraço.
Eu sei que escrevendo assim parece que sou do grupo que desvia do trenó, não é isso, acho que sou um caso mais atípico, dessas que coloca leite no pires caso um bichano apareça na porta, mas não iria muito além disso. Bom, a comparação não é das mais felizes porque eu mal poderia tomar conta de um aquário. Teve um ano que ganhei uma planta linda do meu irmão e da minha cunhada, após algumas visitas em casa eles resolveram me presentear com vasinhos de cactus, alegando que não molhava a planta direito. A planta foi para uma família mais zelosa.
Voltemos ao caso dos pinheiros e papais noéis. Eu sou de família grande, Natal barulhento, amigos secretos e declarados, nada que me deixasse traumatizada com a ocasião. O problema é que, por ter muita representatividade, o próprio caráter cíclico, acaba nos mostrando como o tempo é importante para nós.
Não o tempo do relógio, ou não somente, mas o tempo vivido, o tempo planejado, o que deixamos de fazer, nossos adiamentos, nossas antecipações, o tempo interrompido, o novo tempo.
Em tempos de consumo exacerbado e internet bombando, penso no tempo que não é preciso se preocupar com status - no sentido econômico e “facebookiano” - quando não é preciso pensar nem no orçamento estabelecido para o presente antes do estouro do Champagne, nem se preocupar em atualizar seu perfil.
Gosto do tempo de passar horas conversando com amigos, muito tempo, ou mesmo tempo, não importa, é a pressa que eu não quero. Uso propositalmente o verbo no tempo presente, porque tudo isso pode ser feito, não precisa ter um quê saudosista, pode ser - e olha o tempo aí de novo - contemporâneo.
Asse um bolo de caixinha, leve para sua vizinha. Faça um sanduiche de atum e chame seus amigos, eles trarão suco de pozinho ou cerveja importada, tanto faz. O que eu quero é estar com.
Quero fechar a tampa do note e abrir a porta. Seja para entrar uma rena ou um gato, desde que estejam acompanhados por pessoas reais.
Se daria leite para o gatinho, não tenho como evitar....tenhamos sempre um Feliz Natal!! 
23/12/2011
Escrito para - e também disponível no - portal: Uma Mãe das Arábias

Quando você escolhe não ser mãe

Vou estudar psicologia infantil! Eu lembro de ter dito isso há uns....28 anos (ai, quanto tempo!), ou seja, eu tinha uns 10 anos (ai, quanto tempo mesmo!)...pois é, mas a vida te leva, você leva um pouquinho e por uma série de motivos fui estudar, naquela época, jornalismo e não psicologia. 

Sabe, sempre achei super fofas as roupinhas de bebê, o cheirinho, o quartinho, tuuudo que envolve bebês; e como sou de família grande sempre tinha um bebê em casa, na verdade sempre têm crianças por perto, então é uma curtição. 

Sou a 6ª filha, caçula, temporã, então não cresci com os meus irmãos crianças, mas pude curtir muito seus filhos. Cá prá nó, ser tia é tudo de bom! 

E sou privilegiada porque bota irmãos para gostar de filhos, hein! De dois a quatro filhos, noves fora e eu sou tia de 14 pimpolhos!! Idades variadas, temperamentos idem, mas todos têm espaço no meu coração e nas minhas preocupações também.

Mas bebês são minha paixão, o que são aquelas coxas aos oito, dez meses? Mordida na certa!

Acho que eu seria uma mãezona! Mas, e este é o tema do texto, nunca tive vontade de ser mãe! Pois é, nunca tive vontade de ter um filho. Ocorre é que ao dizer isso parece, para muitas pessoas, que é uma espécie de renúncia à plenitude da natureza da mulher. Quiçá à felicidade! 

E não é fácil provar (e precisa?) que habito o mesmo planeta. Depois que se casa então, nossa, quanta pressão! Por sorte meu marido já tem três filhos (e um neto maravilhoso!!), o que virou uma espécie de justificativa. Mas aí vem a pergunta matadora "Mas você não quer ter os seus próprios filhos?"  Nãaaao! Não quero, muito obrigada!

E eu mesmo acabo me justificando, tipo: “Olha, mas eu adoro criança, viu?” Quando percebo que a pessoa me olha tentando dizer como posso ser tão "insensível". 

Como se eu pertencesse a um mundo à parte, não natural.

Então para aqueles que acham super estranho este não-desejo materno, algumas explicações: adoro criança, gosto muito de educação, acho que tenho muito jeito para lidar com crianças, não tenho medo de não ter quem cuide de mim, não teria problemas se decidisse ter um filho, não sou workaholic, e sobretudo não sou menos por isso, menos mulher, menos humana.

Pois é, e como dissemos lá no começo, a vida te leva, você leva um pouquinho e por uma série de motivos voltei a estudar, agora sim, psicologia. Depois dos 35 anos a faculdade parece que não vai acabar nunca mais, mas entrei para 4º ano e quem sabe não atenderei crianças?

Pode uma não-mãe, tendo “só” a teoria, sendo “apenas” tia, se dar ao luxo de ser uma especialista?  Resta saber se tanto estudo se sobressairá ao preconceito de tantos. Quem sabe isso fica para um próximo bate-papo!!




08/dez/2011
Escrito para - e também disponível no - portal:  Uma Mãe das Arábias

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Inclusive porque é o máximo!


É a festa que sua amiga possivelmente encontrará o cara que ela quer muito. Ela te convence com: “É open bar e eu te pago o taxi”.
Como é gostoso sair assim, meio que para acompanhar, porque todas as coisas que rolam são sem muita pretensão.

O lugar é lindo, sua amiga encontra o cara; e você uma caipirinha de lichia com gengibre. Apóia o guardanapo sob o copo, o canudo nos lábios e o corpo numa pilastra rústica, enfeitada com palha e margaridas de fuxico. O som está ótimo e você admira aquele mundaréu de frutas já pensando na combinação do próximo copo com vodka.
Estranho, por que o cara do bar está debruçado no balcão? Você afasta o corpo e vê a cadeira de rodas, ouve uma gargalhada, os dois amigos se cumprimentando e recebe um olhar e um sorriso incríveis. Caramba, o cara mal se mexe, é tudo que você consegue perceber até ele te olhar de novo.
Ele vira o rosto, move a cadeira um pouco para trás e tira a franja de perto do olho. O último gole você deve ter dado meio rápido, porque não consegue definir, se o que te faz ficar olhando é o fato do cara ser cadeirante ou porque ele tem uma coisa...Coisa? Um treco no olhar, desses de fazer a gente sentir uma cólica boa. Ãh?
É, não é bem um frio na barriga, mais parece um alien baby, que faria a Sigourney Weaver querer te abater na hora. 
O cara te olha de um jeito que caso você cruze o olhar com ele não conseguirá sustentá-lo por muito tempo, porque ele te ganhou, querida, mesmo. 

Aí você já está meio pirada, acostumada com as pegadas-polvo, braços rápidos, pernas ágeis, fortes, mas o olhar matador faz com que você pense em como deve ser, como vai rolar, porque o cara já te ganhou, repito!

Palpitações que dispensam estetoscópio. Quer fazer um teste? Numa dessas olhadas encoste sutilmente o indicador e o dedo médio entre os ossos da base do pescoço, e ficará assustava, a pulsação está a mil, disparada mesmo.
A troca de olhares continua, você está a fim, mas algo te lembra que você nunca teve nada com um cara que usava cadeira de rodas.
Ele te chama com um “vem cá” que faz você deletar qualquer intuição babaca de não ir.
Primeira dica: não fique de pé ao lado dele, é um porre para quem está na cadeira tentar ficar olhando alguém em pé. Procure sentar-se para que fiquem na mesma altura. Vale agachar, viu. Vale um charme de quase perder o equilíbrio e encostar delicadamente no braço dele com um “ai, desculpa”.

Pela novidade, pela experiência, pela vontade, será um ou serão vários os motivos que levarão vocês dois para a cama.
Foi a curiosidade? Aquela que mata? De prazer!
Sabe-se lá o que levou o cara a querer você e a você se deixar invadir por ele.
Felizarda! Agora você também sabe que preconceito impede a vida da gente, e que muitas vezes você precisa destravar a alavanca, ir para a frente, se libertar.