segunda-feira, 16 de abril de 2012

O prazer é seu!

Não tem jeito, estamos sempre em busca de prazer!

O prazer é algo que se passa em cada um de nós, apenas. Embora tenhamos a necessidade de compartilha-lo, embora muitas vezes sentimos prazer porque outra pessoa está, por exemplo, feliz, o prazer é algo que sentimos muito individualmente.

O prazer gratuito, aquele que acontece sem qualquer esforço é igualmente interessante, ou melhor, igualmente prazeroso. Bom, “igualmente” pode ser contestado, cada um sente a seu modo, mas prazer inesperado é muito bom mesmo.

Tem o prazer pelo qual batalhamos, uma nota boa após ter estudado bastante, ou o prazer ao ver que os números apontados na balança são absolutamente compatíveis com o esforço de uma dieta. Tem o prazer de uma promoção no trabalho, de aprender uma coisa nova, de nadar no mar, de viajar, de ficar em casa, de comer um brigadeiro, uma fruta, de ganhar uma competição, de finalizar uma maratona, de pertencer a algo.

Tem também o prazer vindo como "recompensa", voltando ao assunto “dieta”, tema o qual me sinto absolutamente confortável para falar, porque convivo com esta questão desde que me conheço por gente, uma vida de alegrias, angústias, tristezas e prazer; enfim, se a balança é bacana, podemos ter o prazer de ultrapassar alguns limites ou - vejam como prazer é subjetivo! - de fazer uma dieta ainda mais severa e esperar por números ainda mais simpáticos na balança. Deste modo adiaríamos o prazer imediato, o que, convenhamos, requer esforço, disciplina, maturidade, esse tipo de personalidade tem minha total admiração! Puxa, não é fácil! Assim como o prazer em economizar, isso requer planejamento e foco, vale a pena aprendermos com essas pessoas!

Muito grosseiramente podemos dizer que Freud chamou este adiamento de princípio de realidade, muitas vezes regido por condições impostas pelo mundo exterior a nós. É como se, dada a realidade, procurássemos prazer diante das coisas que se apresentam para nós, e não o contrário. Esta é uma estratégia delicada, pois de um lado temos de fazer planos, querer mais, ter novos objetivos, procurar nos transformarmos, por outro precisamos "curtir" aquilo que temos, que conquistamos, e fundamentalmente, aquilo que somos! É a satisfação daquilo que é real.

Efetivamente transitamos pelos antagonismos da vida. Que bom, porque tão saudável quanto aproveitarmos os prazeres que surgem, por esforço ou surpresa, é lidarmos com os dissabores da vida.

Se me permite uma dica, procure ter prazer com as coisas simples da vida, mas sonhe com as grandiosas!

Se me permite outra dica, procure viver em equilíbrio; e de vez em quando, abandone completamente esta ideia!

Beijos
Andréa


Escrito para - e também disponível no - portal: Uma Mãe das Arábias

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ele, o esporte!


A gente fala tanto que as crianças têm de fazer várias atividades, mas outras vezes nos pegamos sufocando os pequenos; é natação, judô, inglês, reforço escolar, teatro, sei lá mais o quê, aliás, nem sei o que está em voga, como não tenho filhos faço uma referência ao que era moda na minha época.

Se por um lado o excesso de informações e atividades tira qualquer um do prumo, imagine o tanto de coisas que as crianças devem se preocupar por estarem sempre ocupadas. Lembremos da importância do brincar para a criança, é na brincadeira onde crescemos; mais adequadamente podemos dizer, pela brincadeira nos desenvolvemos!

De todo modo meu voto vai também – e principalmente - para o esporte.

Outro dia tive um aniversário de um amigo que conheci quando era criança, através do esporte, foi tão bacana porque várias pessoas que estavam ali eram amigos por causa do esporte, e muitos deles permaneceream neste ambiente, formaram-se em educação física e trabalham com isso.

Deve fazer mais ou menos uns 20 anos eu não estou neste meio, ou seja, que eu não faço esporte. Pronto, falei! Ai, é horrível dizer isso!

Bom, mas o fato é que percebi como aquele grupo se mantinha próximo, tivemos um passado juntos e aquilo fora suficiente para horas de conversas, falamos sobre nossas viagens juntos, aventuras, sobre a "nossa turma do esporte", muito bom!

Esporte tem grupo (mesmo os esportes individuais!), tem energia, disciplina, tem brincadeira, contato com a natureza, com o corpo, tem também o contato com as possibilidades, e também com os limites.

Falar sobre os benefícios da prática esportiva parece “chover no molhado”, mas vale a pena listarmos o quão bacana é  tudo isso é, foi assim para mim.

Eu gostava tanto que fiz um poema há.... credo! ...19 anos!!

Relendo o poema, notei que é uma das poucas escritas no passado...digamos, há mais de quatro anos, que eu não mudaria nada.

Uma vez o Edu, meu marido, me deu de presente um porta-joias pintado por ele, e o que ele desenhou e pintou, foi feito por causa deste poema!!

Se este texto fosse uma fábula, o preceito moral seria: apresente o esporte ao seu filho; dentro das possibilidades, incentive sempre sua prática!

 E como não poderia deixar de ser, o poema:

O mundo seria mais tranquilo se todas as

pessoas tivessem remado ao menos uma vez.

E durante esse ato quase previsível, inerte,

instintivo, sentissem o vento, ou o sol,

ou a chuva ou os três, mostrando sua cara na cara

de quem sente cada fibra do corpo sorrindo

bem perto da água, tranquila ou não.

E em quem percebe o caminho que os músculos seguem,

às vezes sem sintonia, quase errado,

às vezes cem sintonias, perfeito.

Não dá pra fingir quando se rema,

até dá, mas a mentira perde, perde feio,

e aí se perde muito e fica feio.

O mundo seria mais tranquilo se todas as

pessoas tivessem remado ao menos uma vez...

Os esquimós foram grandiosos

na construção de casas que os abrigavam do frio;

e elas eram de gelo.

Os esquimós... remam.


Beijos
Andréa